17 abril 2009

17 de Abril


Hong Hao

Dois parlamentares do Partido Socialista, um advogado escritor e uma turbamulta de professores, bibliotecários, reformados, juristas, autarcas, médicos, um ou outro militar, um geógrafo e a namorada, que não participara nos preparativos porque os lares de religiosas fechavam as portas após o jantar. O presidente, um cadáver americano. E um historiador infatigável. Encontraram-se num dia como outro qualquer, num átrio que uma glória decorara. A turbamulta gritou e humilhou como pôde o presidente, que nem sabia bem ao que vinha. Ao lado, nas faculdades, outros advogados, médicos, professores, parlamentares sociais-democratas, vindos das aldeias com uma grande vontade de vencer , tiravam apontamentos para editar sebentas . A maioria dormia. Em quartos alugados, em camas alugadas. Uma minoria da maioria que dormia, dormia na cama de uma minoria de professoras a meter os papéis para a reforma. Dormia-se imenso nas manhãs de Coimbra, nesses anos . Um dia igual aos outros, que o deputado socialista e os amigos nunca mais haviam de esquecer.

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