24 março 2009

Nenhum Lugar




O homem regressa da prisão onde cumpriu uma pena justa para um crime que não cometeu. A mulher não o visitou e já não o ama. Tomou banho, penteou-se e deitou-se na cama sacrificial. A mão do homem pousa no pescoço da mulher. Uma mão masculina no pescoço e depois no peito da mulher. Há uma sugestão de violência. A violência triste dos homens que deixaram de ser amados e descobrem um corpo inútil, pesado, ridículo para o corpo interdito da mulher. Talvez ela possa fugir. Talvez ele se enterneça. Mas não há um lugar de refúgio, não há plano de fuga, não há na terra nem no céu sítio para esta mulher.


Uma cena de Três Macacos, de Nuri Bilge Ceylan (Climas, Uzak)

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