24 novembro 2008

Segunda de manhã


August Sander


Tudo se repete. A água, a lâmina, a promessa dos cremes da manhã, as pessoas que descem a avenida, o cão castrado do senhor Gerardo, bom-dia senhor Gerardo, o artista conduzido pela mulher ao volante, outra de dedo levantado, as pávidas crianças nas cadeirinhas certificadas, bom-dia senhor Simões, o dedo na fenda, o teu nome oficial assinalando a primeira humilhação, a chave na fechadura, os mails da noite, a bata, bom-dia dona Laurinha, bom-dia menina Fátima. Lá fora chove e o céu encoberto. Começa a semana e ninguém, compaixão nenhuma, segura o anão suicida.

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