13 abril 2008

Passa aí o samovar


Adam Fuss



passa aí o samovar
(electrodoméstico muito em voga neste bog, ultimamente)


enquanto não vou/vamos ver o rock'n roll de tom stoppard, leio um fascinante
relato de jorge ryder num jornal de novembro passado (eu leio os jornais com
meses de atraso - é para ler o que verdadeiramente passou a ter
importância).
ryder é diplomata e vive em jerusalém-leste (é uma espécie de coimbra b).
em 2002 este homem fez 5016 km entre moscovo-londres-moscovo e em 2007 fez
5340 km entre jerusalém-moscovo-jerusalém para ver "coast of utopia" uma
obra de stoppard que dura 9 horas.
fala-nos ele da irónica versão russa: é a obra de um inglês sobre russos
apresentada em moscovo e traduzida do inglês para russo. E, não sei se já
disse, dura nove horas. De hora e maia em hora e meia param e vão para uma
sala onde têm fumados, chá preto e outras iguarias de sobrevivência: ração
de combate. Em londres tinha havido pilhérias alusivas ao acto como um
cartoon do "spectator" em que uma tia dizia para outra: "tive esperança de
que o meu marido me tivesse deixado, mas afinal, infelizmente, tinha apenas
saído de casa para ir ver a trilogia do stoppard."

entre outros apontamentos de reportagem interessantes, ryder conta-nos que
no espectáculo bakunine confessa a marx que a sua primeira convivência com a
classe operária foi num aquartelamento de revolucionários, na alemanha, em
vésperas de se sair à rua. ao que marx reage de imediato: "ah... e eles
assemelham-se a quê?"

p.s.:também tropecei numa artigalhada sobre uns proto-comunistas portugueses
que são mais da ordem dos protozoários (incapazes, portanto, de proceder à
fotossíntese ou a qualquer outra espécie de síntese). mas isso fica para
outra altura que se faz tarde e, como diria o astérix, tenho um javali ao
lume.
e não quero que se me revolva o estômago.

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