17 março 2008

John Gray e os ateus evangélicos

Este fim-de –semana no Guardian, John Gray, um dos meus pensadores fascinantes, investe contra Dawkins, Dennett e os filósofos ateus que têm animado a recente polémica sobre as religiões. Eu concordo com o anti humanismo de Gray e a denuncia que ele faz do antropomorfocentrismo, que continua a impregnar o pensamento contemporâneo. Também acho que ele sacrifica por vezes o rigor à tentação polemista. Mas o artigo, que já tinha sido aqui referenciado pelo António, é muito estimulante.
Primeiro porque John Gray cunha, para os novos ateus, o epíteto de ateus evangélicos, querendo dizer que eles provêm da cultura cristã e acreditam no poder salvífico e universal das suas ideias. Depois, porque acho que tem razão quando diz que não foi só a fé religiosa a grande responsável pelos massacres contemporâneos e que os ateístas esquecem a repressão secular levada a cabo por Mao, Hitler e Staline, Pol Pot e o regime da Coreia do Norte. Finalmente, quando escreve

There is a deal of fashionable talk of Islamo-fascism, and Islamist parties have some features in common with interwar fascist movements, including antisemitism. But Islamists owe as much, if not more, to the far left, and it would be more accurate to describe many of them as Islamo-Leninists.


De John Gray vai ser editado em paperback na Penguin, em Abril, Black Mass: Apocalyptic Religion and the Death of Utopia

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