12 dezembro 2007

A crise do musgo

Nunca percebi como é que homens tão duros como os bombeiros, sempre prontos a descer pelo pau da torre ao som da sirene de alarme, se ajoelhavam em Dezembro para desembrulhar as pequenas figuras do presépio e montar esse prodígio de lagos, cascatas, seixos, estrelas no firmamento e classes sociais ordenadinhas na terra, ao pé das bestas domesticadas, espécie atrás de espécie até aos animais que incubaram aquele pequeno deus desamparado. Os sapadores bombeiros, ao lado do presépio, parecem albatrozes em terra, bois mansos, sapos de grandes olhos injectados aguardando visitantes. Este ano, a crise do musgo, diz a Rosa, e a mudança de instalações, atingiu duramente o presépio dos sapadores bombeiros. As figuras de cerâmica já não dão com as novas instalações. Pediam-se outros materiais, outros efeitos especiais, outra ousadia. Mas não há musgo a não ser nos bosques, verde e fofo, entre as árvores , ao lado dos fungos, longe do fogo e dos sapadores bombeiros.

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