01 maio 2006

A Cinemateca

João Bénard da Costa é um senhor muito chato, que escreve sobre cinema e dirige a Cinemateca Nacional, ao que dizem bem, isto é como se entendia que os museus deviam ser geridos. A Cinemateca está fechada aos domingos e feriados e é um sítio bafiento, onde se fala baixinho com medo de acordar os mortos e importunar os habituados da casa. Ontem li que as salas tinham habitualmente metade da lotação preenchida (260 lugares). A ser assim o êxito da Cinemateca não tem par e o que estou a escrever é injusto. Mas nos dias em que lá fui, parecia uma homenagem silenciosa a si própria, aos seus fundadores e directores. Acontece que João Bénard da Costa atingiu o limite da idade em que o estado reforma os seus funcionários. E levantou-se um coro de protestos, com o qual ele parece ter colaborado, asseverando que se preparava o seu saneamento. EPC aproveitou a colunazinha do jornal de que JMF pensa ser director para escrever um texto terrorista a intimidar a ministra da cultura. E os intelectuais mobilizaram-se em abaixo-assinado. A ministra já sabe com quem não se deve meter. Para a excepção não parecer escandalosa sugere-se que os intelectuais abaixo-assinados se constituam em comissão permanente de avaliação dos septuagenários, ajudando o governo a decidir quais os funcionários que se devem manter no exercício das suas funções.

(ler também Welcome to Elsinore, Da Literatura, French Kissin', Portugal dos Pequeninos e Fuga para a Vitória, Kontratempos e o artigo de Seabra no jornal não linkável de que JMF julga ser director )

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