09 setembro 2005

Sophie Marceau


Na verdade não gosto de Sophie Marceau. Quem gosta é o Andrzej Żuławski . Foi o que ele me disse, em Lviv, embora a realidade em Lviv necessite de confirmação. Era a musa dele. Uma musa menor, dizem. O homem era um chato, fazia filmes intragáveis, uma espécie de nouvelle vague ressuscitada com laivos de misticismo, dizem. Mas uma musa menor produz sempre resultados decepcionantes? Os grandes criadores foram iluminados por clarões ? Retiraram deles apenas uma fracção da luz ? Lou Andreas Salomé era uma mulher horrível. O sofrimento que despertou a Rilke, a Nietzsche e a uma porção de outros homens que tiveram a desgraça de a cruzar, foi enorme. Apesar de tudo deu origem a poemas e reflexões que nenhum amor feliz inspirou. Gala deixou Paul Éluard às portas do desespero, e foi aí que escreveu os seus melhores poemas. Sophie Marceau é vulgar. Nem o Bruno (Avatares) a veio defender. Ele que se emocionou quando ela em Cannes, este ano. Mas Sophie Marceau só pode desencadear emoções de curta duração. O olhar não tem profundidade, a boca é demasiado explícita, a inclinação da cabeça ameaça sempre com um calendário de motorista TIR. Concordo. Mas era a musa de Andrzej Żuławski . Vão-lhe dizer a ele, se tiverem coragem. E o que ganham em dizer a um homem a mulher que é a musa que têm. Foi há quatro anos, também dizem . Sabe-se lá o tempo que uma musa permanece na cabeça de um cineasta sem pátria.

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