21 setembro 2005

Mensagens do futuro



"Ele recebera mensagens do futuro. Pelo que me disse era algo que vinha a acontecer há algum tempo. Não teria havido trauma ou acontecimento potencialmente endutor de tal anomalia. Ele recebia as mensagens e lá ia ignorando ou aceitando o seu conteúdo consoante o que a sua atormentada personalidade escolhesse. Por vezes negava completamente algo ou simplesmente dizia que era um simples sonho. Às vezes o futuro era um mundo definhante, sem astronautas, sem roupas de alumínio ou migrações massivas interplanetárias. Era sujo e seco... Como aqueles lagos cinzentos de lama seca que forma puzzels bizarros. Ele não era dado a sentimentalismos, mas isto de saber que andamos aqui só para aquecer, mesmo que um milhão de anos no futuro, não agrada a ninguém.

Algumas revelações que ele me contava eram perdidas por mim numa onda de quase total alheamento. Desde o cliché da mancha da parede àquelas situações em que pensava "Merda, o imposto era para pagar até hoje", passando pela azia que me provocara a lasanha do almoço. Ficou-me, no entanto, cravada no cérebro a ideia de que a preservação do panda iria criar um espécie geneticamente modificada altamente procriadora e imune a todas as maleitas que os apoquentam actualmente. Essa espécie iria criar um praga global que iria, em primeira instância, colocar o bambu à beira da extinção."


Texto e foto: Castor

// andré bonirre

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