03 julho 2005

Os homens de O Mal: Robert Fisk



Robert Fisk é o correspondente do jornal britânico The Independent para o Médio Oriente. Vive há vinte anos em Beirute. Foi muitas vezes uma voz isolada, quando os correspondentes ocidentais relatavam a invasão do Iraque do interior dos tanques americanos. Este fim de semana Robert Fisk assina uma crónica singular no Courrier Internacional. O que ele diz é que, visto do Médio Oriente, o discurso sobre a decadência e decomposição da Europa que os media não param de difundir nos últimos tempos, é obsceno. "Porque é que nós, europeus não somos capazes de compreender a nossa paz, a nossa satisfação, a nossa segurança, o nosso luxo extraordinário, o nosso nível de vida futurista, a nossa sorte quase divina, as nossas vidas longas e maravilhosas?" E conta que quando chega a Paris , apanha o RER, entra no Eurostar para Londres e olha para os passageiros, os seus "compatriotas europeus, vergados ao peso da sua existência no Primeiro Mundo, estafados pelo horário de trabalho mínimo, incomodados com as leis sobre os direitos humanos e protecções que as pessoas do local onde vivo nem imaginam existir. "
Robert Fisk diz depois que esta incapacidade em ver a nossa realidade vai a par com a euforia optimista com que olhamos para o Médio Oriente. "Mentimos a nós próprios sobre a tragédia do Médio Oriente e sobre o paraíso que é a vida na Europa".

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