08 junho 2005

O reservado


Vivo num reservado, na zona da Alta. É assim que respondo. Deito-me cedo. Enrolado no edredão, em cima dos cartões. O Aníbal levou para lá um sofá. Um luxo. Eu não preciso de sofá. Há três anos que durmo em cima do cartão. Não há frio que me chegue, com cartão e edredão. O sítio é protegido, tem as escadas em cima. E os canteiros à frente. Com o Verão vieram mais dois tipos. Somos nove no total.Mijamos nos canteiros. O Aníbal é contra, mas a cerveja dita a sua lei. O mijo queimou as flores. O Aníbal sempre que mija grita: Átila, Átila. Esbraceja e grita Átila. O que ele dizer é que por onde o cavalo passa nunca mais vida nenhuma reverdece.

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