12 fevereiro 2005

Saudades de Lopes


Sigmar Polke

O Lopes faz a política da direita (privatiza sem sequer se preocupar se a oferta privada é de qualidade, descredibiliza o serviço público, diz que sim aos americanos, permite a concentração dos meios de comunicação nas mãos dos financeiros, não se percebe que posição tem relativamente aos direitos civis e sociais). Mas com o Lopes a vida tem um sabor especial. O país não está parado. Acordamos todos os dias à espera de uma surpresa, e isso é estimulante. Geralmente é uma má surpresa. Mas como dizia a Camila aos dezassete anos: é melhor sofrer que estar anestesiada.
Sócrates vai fazer a política da direita sem piada. O Inimigo Público já confessou que quando pensa Sócrates não consegue gerar uma piada de jeito. O que será de Delgado com Sócrates? Os dias vão parecer longos, os jornalistas cinzentos subirão às colunas, a cimenteira de Souselas cobrirá os céus da minha cidade com cádmio, níquel e outros metais pesados e o senhor Fonseca dirá com os seus botões: este é da estirpe do homem de Santa Comba. Mas nem ele mostrará alegria, porque o senhor Fonseca sabe o que é a História e aprendeu a comemorar em privado as suas vitórias.

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