24 fevereiro 2005

A mulher Bartleby

Num café da cidade de L., estão sentados na mesa do lado. Ela uma mulher magra, cuja face se mantém sempre antes da animação, ele um touro de mãos cabeludas. Loreta e o Mamute, pensei. Mas não era Loreta. Era a mulher- Bartleby. Dava explicações longas, sussurradas, que terminavam com uma frase que ouvia distintamente:- Não conseguirei dizer mais do que isto. Ou ainda: -Neste momento não te consiguirei dizer mais sobre isto. Ele esteve o tempo todo silencioso. Não se levantou quando ela se despediu. Não se virou para a porta por onde ela saíu. Não olhou para o tampo da mesa onde ela deixara umas moedas. Parecia olhar para mim. Quando antes de me levantar lhe sorri acho que lhe ouvi dizer: -Eu só lhe queria dizer, fundamentalmente, que sim.

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