11 setembro 2004

Roberto Bolano por Enrique Vila-Matas

No Magazine Littéraire de Setembro, Vila-Matas escreve sobre Roberto Bolano. Vila-Matas declara mais uma vez Bolano um escritor resistente, alguém que rompe com a literatura latino-americana dos galos da Amazónia e das virgens em levitação. Um escritor da mesma linhagem e família do próprio Vila-Matas. Uma linhagem ancorada no desespero, uma família extra-territorial talvez próxima do Polaco Gombrowicz que dizia: “Quando escrevo não sou nem chinês nem polaco.”
Roberto Bolano nasceu no Chile em 1953 e morreu o ano passado. A editora Anagrama publicou, entre outros, Os Detectives Selvagens, uma recriação da juventude passada no México, Amberes, Chamadas Telefónicas, a que Vila-Matas chama um conjunto de novelas magistrais sobre sobreviventes. Recentemente a Anagrama editou O Gaúcho Insuportável, textos em que se pressente a chegada da morte.
Inédito em Portugal, tanto quanto julgo saber, Bolano não nos visitará. Vila-Matas, esse, estará brevemente entre nós, assim mo anuncia um amigo que tudo sabe. Para o lançamento de El Mal de Montano. Ao sabê-lo, ao escrever estas linhas, o meu panic attack voltou, lívido, suado e palpitante como no primeiro dia. Se a paixão é isto, quero curar-me.

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