16 agosto 2004

Czeslaw Milosz

De manhã o André mandou um sms. Morreu o Milosz. Czeslaw Milosz, polaco exilado, Nobel em 1980. Não fora a Cavalo de Ferro quantos de nós o conheceríamos?
Alexandra Lucas Coelho traça-lhe o perfil e escolhe o poema intitulado Campo di Fiori para que dele fique uma imagem redentora. No El Pais de ontem, José Maria Guelbenzu chama-lhe “um sobrevivente das numerosas purgas intelectuais que a post guerra e a guerra fria produziram na segunda metade do século XX no campo do establishment da chamada esquerda intelectual.”

Sinto-me a beber whisky com ele, no aeroporto, digamos de Minneapolis, e a dizer, baixinho, fora de contexto: cardo, urtiga, bardana, beladona. Dias curtos. Mas disseste tanto. Olhas-me nos olhos, eu prometo-te que me levantarei dois centímetros acima da minha própria cabeça para dizer a quem desespera: “ eu também chorava assim a minha sina”. Outros alinharão o tempo de outras formas. Eu sei contigo que embora nasçam bebés rosados e o zangão visite a rosa, outro fim do mundo não haverá, outro fim do mundo não haverá.

Alguns gostam de poesia, Antologia com Szymborska, que Deus guarde ou ainda ficamos mais sózinhos, tradução de Elzbieta Milewska e Sérgio das Neves, Cavalo de Ferro.
(cf Canção do fim do mundo p 27, É claro p 91, Tão pouco p 65, Cardo, urtiga p 81, e Café Grecco p 81 e ...No Aeroporto, digamos, de Minneapolis p 87.)

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