11 abril 2004

14. Livrarias, diz: Não digo, não tenho

Não digo. Não tenho. Quase a imaginei porque vos queria dizer que sim, que tenho uma livraria onde me posso encontrar ao final da tarde e deixar os barulhos que trago nos braços do lado de fora da porta que não sei porque razão tem sempre uma sineta a tocar quando alguém entra ou alguém sai e já liberta dou os passos necessários até ao único canto que me espera ali onde as lombadas são o rumor táctil do meu silêncio e onde escolho o livro que ontem trouxe de uma das livrarias que não tenho Louvada Seja (Áxion Estí) de Odysséas Elytis e sem querer me sento no chão a dizer "as sílabas ocultas com que lutei para soletrar a minha identidade". Não digo. Não tenho.

//sent by Sandra, Tempo Dual

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