08 abril 2004

12. Livrarias, diz: as bibliotecas

A mais bonita é a Lello, no Porto. Mas não é minha, porque o Porto não é meu.
Mais do que as livrarias, marcaram-me as bibliotecas. Primeiro a itinerante: uma carrinha forrada de livros, parada a cada duas semanas junto à Igreja do Espírito Santo. Depois, os livros deixaram de ter rodas, ficaram parados naquela sala na calçadinha. E para lá ir, eu e a minha melhor amiga, tínhamos que enfrentar perigos incríveis, nomeadamente um rufia com a apelativa alcunha de "Ferrari". Ele vivia naquela zona da vila, ele era o nosso terror, um menino moreno, com uma pequenina cicatriz na cara, sempre com ganas de partir e bater. Apesar do medo que tínhamos dele, subiamos a calçada para irmos à Biblioteca, na vinda comiamos uma pirâmide de chocolate numa pastelaria que já não existe. Depois a câmara municipal transformou um velho matadouro numa biblioteca linda. E íamos para lá estudar e procurar palavras para o Amor.
E nunca me senti tão bem numa livraria como numa biblioteca

//sent by Isadora, Paragem de Autocarro

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