10 janeiro 2004

O Vává

EPC falou, na quinta-feira, do Vává. Nunca entrei no Vává, não sei exactamente como foi , no que se tornou, o que querem que venha a ser. Nesta semana, no entanto, era feio, muito feio, estar tão desatento que se falasse no Vává sem se falar do Eduardo Guerra Carneiro.

Os gerrilheiros que saem do Vává benzem-se à sua maneira como se a próspera guerrilha se fundasse em qualquer casa além da linha. Sábios de nascença citam nomes e têm decorada uma biblioteca, tal qual alguns desenraizados do Saldanha- mas de modo diferente. Abotoam-se com esmero e engravatam-se ou não conforme as circunstâncias. Os guerrilheiros que entram no Vává usam as citações à bandoleira e telefonam com muita assiduidade.

Eduardo Guerra Carneiro in Isto Anda Tudo Ligado, Cadernos Peninsulares, janeiro de 1970

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